Não sabemos ao certo o tempo exato de cada trabalho de parto. Ele é variável de mulher pra mulher e de gestação para gestação.
Podemos estimar que no primeiro estágio do trabalho de parto, a duração pode ser de 12 a 20 horas. É quando inicia-se com contrações uterinas irregulares, começo da descida da cabeça do bebê na pelve e o preparo do colo uterino (cérvice), tornando-se mais fino e dilatado.
Aos poucos, as contrações ficam cada vez mais frequentes e cíclicas, pode haver ou não saída de tampão mucoso e a ruptura da bolsa das águas com saída de líquido amniótico. Não há uma regra, pois pode ocorrer somente no final do trabalho de parto. O que sabemos é que a cada contração, mais perto estamos da chegada do bebê!
Lembrando sempre dos seguintes sinais de alarme, contate sua equipe de parto ou médico responsável:
– contrações dolorosas constantes
– perda de líquido
– sangramento vaginal

No segundo estágio do trabalho de parto, que dura entre 20 minutos a 2 horas, pode haver a dilatação total do colo uterino e o bebê encaixar-se totalmente no canal de parto. Neste momento, geralmente as contrações ficam mais longas, porém mais espaçadas entre uma e outra. Chamamos esse momento de período expulsivo. A gestante tem uma vontade incontrolável de fazer força durante as contrações, são chamados `puxos`, auxiliando a descida do bebê.
No parto normal, o bebê faz rotação da cabeça, posicionando a face para baixo, o fundo uterino o comprime ainda mais, e o empurra até a sua saída pelo canal vaginal.
Quando ele passa pelo canal de parto, os ossos da cabeça se remodelam, adquirindo uma forma alongada, que desaparecerá em poucos dias. Após a saída completa da cabeça, ocorre outra rotação para permitir a saída dos ombros, um de cada vez e a saída de todo o corpo, mais facilmente.
O cordão umbilical é cortado após o nascimento, preferencialmente após pararem os batimentos, em torno de 3 minutos, o que permite uma entrega maior de células tronco e ferro ao bebê.
O terceiro estágio do trabalho de parto, com duração entre de 5 a 30 minutos, contrações vigorosas permitem que a placenta descole do útero, saindo pelo canal de parto.
Durante esse período, a mãe pode ficar pele a pele com seu bebê e amamentá-lo, a chamada GOLDEN HOUR.

VANTAGENS DO PARTO NORMAL
– não há procedimentos invasivos
– Menos intervenções médicas
– Ajuda a mulher se sentir competente e forte
– Reduz chances de efeitos colaterais prejudiciais ao bebê
– Menor risco de hemorragias, infecções e intercorrências para a mãe
– Mãe é consciente e alerta durante todo o processo
– Presença de um acompanhante ou pai do bebê durante todo o processo, auxilia de forma efetiva para o sucesso do parto normal.
MAS … E o medo da DOR do parto normal ?
A dor do parto é bastante variável de mulher para mulher. A dor de parto pode ser ligeira a moderada para algumas mulheres, enquanto que para outras pode ser uma dor muito forte, intensa e por vezes insuportável. Cada mulher sente e age diferentemente a DOR.
Existem diversos métodos que auxiliam no controle da dor, como por exemplo exercícios de respiração, exercícios pélvicos e de mobilidade corporal, dança, massagens, musicoterapia, aromaterapia, banhos em água quente, acupuntura e até hipnose. Há também a possibilidade de uso de medicação endovenosa.
O uso da anestesia no parto vaginal é uma possibilidade para reduzir a intensidade da dor no trabalho de parto, mantém o processo mais tranquilo e com mais conforto, permitindo o descanso, principalmente em trabalhos de parto longos.
A mulher pode escolher se quer ou não receber a anestesia, basta que ela apresente o desejo ao seu médico, podendo ser administrada em qualquer fase do trabalho de parto.
A anestesia mais usada é a epidural, que age tirando a sensibilidade da dor apenas da cintura para baixo e por isso desaparecem as dores das contrações. O desaparecimento da dor não interrompe as contrações, elas continuam a ocorrer durante o trabalho de parto. Os médicos podem aumentar ou diminuir a intensidade dessa analgesia, para permitir que você se movimente ou sinta mais as contrações e o ‘puxo’ na hora de fazer força.
A anestesia é aplicada entre a 3ª e a 4ª vertebra da coluna lombar através de uma agulha no espaço chamado peridural e inserido um cateter, por onde a medicação pode ser injetada de forma continua ou periódica.
O uso da anestesia em certas doses pode condicionar mais a grávida à cama. Contudo, a mulher pode receber uma dose que alivie a dor e ao mesmo tempo permita que se levante, caminhe e faça exercícios para ajudar na evolução do parto.
Importante que toda gestante conheça as fases do trabalho de parto e tenha apoio durante esse momento, tão desafiador. Informação é uma grande arma contra o medo. Permite que cada mulher entenda cada sintoma e sinal que o seu corpo faz durante o parto e permite maior consciência e segurança.
Não deixe de conversar com o obstetra durante todo pré-natal, tire todas as dúvidas.
Há muitos cursos e rodas de gestantes em hospitais, UBS, na internet online, gratuitamente.
Há profissionais que oferecem oficias e encontros periódicos, gratuitos ou particulares. E se for possível, contrate uma doula e ou enfermeira obstétrica para acompanhar seu pré-natal, parto e amamentação. Faz toda diferença.
QUER MAIS UMA DICA? Tem um livro excelente sobre Parto.
Recomendo Parto Ativo, de Janet Balaskas. Vale a pena explorar as páginas e conhecer um pouco mais!


